Friday, January 19, 2007

DECIDIDAMENTE...



Cientificamente eu saberia responder,
Mas espiritualmente receio que não.
De onde vem esse líquido
Que sai de meus olhos e inunda minha boca?
O gosto salgado seria uma referência ao mar?
Um amontoado de perguntas pairando na alma,
E um peso terrível herdado em tão poucos anos...

Psicologicamente eu saberia responder,
Mas objetivamente receio que não.
De onde vem essa saudade de algo que nunca tive?
O que meu espírito deseja rompe minha realidade;
Em sonhos transbordo em ondas mornas,
Mas sou despertado pela frieza da rotineira certeza.
A sina que me fiz herdeiro me atormenta...

Filosoficamente eu saberia responder,
Mas sentimentalmente receio que não.
De onde vem essa solidão de idéias,
Esse dizer que ninguém entende?
As idéias pairam como sombras de vela,
Erguendo suas imperfeições e revelando mistérios,
Mas essa herança da incerteza me desconcerta...

Divinamente eu saberia responder,
Mas humanamente receio que não.
Naturalmente me afasto do religare,
E tombo abatido entre livros santos
Que nenhum conforto me traz...
Tateando no mundo obscuro do Eterno,
Percebo minha sina que herdei por ser humano...

Decididamente eu criei a minha herança,
E hoje partilho as dores da minha angústia
Com aqueles que me rodeiam.
Meus antepassados me delegaram buscas,
Que hoje deixam obscuras as minhas procuras.
Subjetivamente posso responder a mim mesmo,
Mas ainda não aprendi a fazer a pergunta correta...

O segredo da resposta está no que a antecede...

Tuesday, January 09, 2007

OBSERVAÇÃO MATUTINA


Observando pássaros sutilmente pousados nos fios de alta tensão
Percebo como se assemelham a uma partitura musical
* * *
O homem interfere na natureza
Assim como a natureza interfere no homem

* * *
Mas que contraste absurdo há nessa interferência!

Friday, January 05, 2007

Mensagem de ANO NOVO - 2007 -






? ... 1980 - 1981 ... 2002-2003 . . . 2007... ?


A cada ano que se vai percebemos menos os caminhos que percorremos ao longo dessa trilhagem. "Tudo passou tão rápido", diz a maioria. Mas percorrendo novamente esses caminhos podemos verificar que foram várias as estradas que ladeamos; que foram muitas as pedras que descavamos; que muitos deslumbramentos nos encantaram ao horizonte... quantas essências fragmentadas não conseguimos captar; quantas vozes não ansiamos em ouvir; quantos sonhos não jazem perdidos pela falta de memória ao despertar... E de toda essa finitude posso afirmar que o tempo (esse velho gozador) nos fornece o material necessário para nos perdermos ou nos conduzirmos de forma precisa... Vimos tantos caminhos: alguns foram trilhados, outros deixados de lado. E querem saber de algo? Sabe o motivo de vermos sempre o tempo passando rápido e confuso? Por que o caminho que trilhamos acaba passando despercebido! Nos preocupamos demasiadamente nos caminhos que não estamos a trilhar... Aquela estrada que nos conduz é ofuscada pelo horizonte, pela pista ao lado; nos preocupamos em demasia com sonhos e formulações... ficamos tão acostumados a perguntar se estamos certos ou errados que não percebemos a evidência que se oculta nos detalhes, nos pequenos e fidedignos detalhes que estão à nossa frente... Os caminhos que não trilhamos nos incomodam e nos ofuscam demais. Vivamos nosso caminho real nesse novo ano. Vamos nos preocupar com nossa essência e compreender o caminho (não o caminho do lado, mas o NOSSO caminho).
É o que desejo a todos.
Feliz 2007 - SORTE E COMPETÊNCIA -